quarta-feira, 12 de setembro de 2007

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Sonhos do Acampáki (I)

Eu sonho ser feliz

se for capaz de tornar os outros felizes.

Mas não me importaria de ser feliz primeiro.

Embora talvez, talvez, primeiro deva amar a Deus.

Que será o futuro sem união e sem amor?

Como serei feliz se a minha família não o for?

E se houver pobreza e guerra em meu redor?

Precisarei de tranquilidade, de paz e serenidade

E de me sentir bem e estar unido aos meus.

Também gostaria de alcançar o que espero

e aqui ainda não revelo. Quero é ser feliz

e ser uma pessoa melhor aos olhos de Deus

e da Humanidade.

(A partir dos sonhos pessoais dos acampákis)

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Grita comigo

«Grita comigo que é possível avançar contra a corrente Grita comigo que é possível se te tiram as palavras Será a tua vida a que grita fortemente»

Quem é Este que se cala e nos diz para gritar interiormente com Ele… quem será este Ser que nos cala e nos faz alerta num mundo em constante mudança? Porque nos calamos perante tanto manancial, o que nos terá para pedir, oferecendo sempre mais do que aquilo que Lhe pedimos… Não permaneço permanecemos indiferentes, às palavras que se calam, inquietam, exigindo e esperando de nós acção… não permaneço indiferente a longitude a que por vezes me faço acompanhar, a ausência fere, magoa…a presença é portadora de alegria perseverante…

Calamo-nos, silenciamos e deixamos transparecer o eco que grita connosco… calamo-nos e nada ouvimos, apenas o ruído da pobreza da singeleza do que somos. Enveredamos por um acreditar de novo dia, no entanto permanecemos envoltos muitas vezes na dúvida que persiste de um coração calado, por não querer escutar a verdade que ecoa no mais profundo de nós… que guardamos para alem do medo dos actos que nos exigem e nos transformam!

De «mãos vazias» o muito recebemos se nos dispusermos a tal. Mesmo estando e sentindo-nos sozinhos de uma forma livre, acolhemos o Tudo que nos grita e nos convida a entrar, permanecer, ficar! A ausência fere… a conquista perpetua no tempo a certeza do amanha?

UM HABITANTE DA ALDEIA DE REDENTO DA CRUZ...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Devo olhar para além da janela

É de manhã.
Acordo, e erguendo a cabeça suavemente, olho pela janela. E que vejo? Vejo o paraíso onde vivo.
Talvez este paraíso não seja como muitos esperam, talvez não seja aquele lugar mágico onde talvez se possa repousar sem problemas e preocupações.
Não é. Este paraíso a que me refiro, é apenas , o local onde vivo.
E porquê, perguntareis vós.
Porque neste local onde vivo a que chamo de paraíso, não morro de fome, não morro com malária ou sida nem vejo a minha família morrer por tais (ou outras) cruéis enfermidades.
Este paraíso onde vivo, por vezes me cega e por vezes torno-me aliado dessa cegueira, mas tenho de resistir e ter forças para poder dizer NÃO. Devo contorná-lo, devo olhar para além da janela que me impede de ver a realidade. Não devo, pois, fechar os olhos e o coração, mas sim abri-los, cada vez mais, sem receio nem medo, mas sim com amor e determinação.
Porque devo deixar este paraíso? Porque, não eu, mas outros, olham pela janela e apenas vêm miséria e destruição, fome e morte.
Como posso repousar sabendo de tal? Como poderei viver comigo próprio sentindo-me um egoísta para com os outros?
Este acampamento, o Acampáki, despertou em mim todos estes sentimentos. Espero nunca os perder e mantê-los sempre dentro de mim para nunca me esquecer de rezar por todos os que sofrem, por todos os oprimidos.
Guardo deste acampamento todos os bons momentos e espero continuar a acampar e carminhar com ELE.
Guardo também todas as amizades.
E guardo a esperança de mais um acampáki:-)
Francisco de Babo Martins
[Aldeia de S. João da Cruz - Caíde]

Resultados da Caça ao Tesouro

Apresentamos, de seguida o quadro resumo das classificações da Caça ao Tesouro ocorrido na tarde de sábado no Acampaki:

Ecos... no silêncio e a sós no Santuário V...

GRUPO 5
Casais do Carmo
Continua a buscar a tua adrenalina Carmo Jovem… Não desistais nunca de caminhar com os jovens. Onde Não existe amor, não existe felicidade nem paz… Aqui encontro isto tudo. Sentimos que estamos unidos ao Mundo. Sentimo-nos unidos e somos de facto uma família. Na profundidade deste silêncio de Amor semeamos e colhemos Amor. Pois é o que andamos a plantar nestes dias.

Ecos... no silêncio e a sós no Santuário IV...

GRUPO 4
Escapulário
Grande quantidade de palavras para explicar o que me vai na alma… não me alongarei, guardarei as palavras no silencio… apenas escrevo: Força Carmo jovem… força Ordem carmelita por agarrarem com garra este grupo de jovens e fazerdes deles prisioneiros do Amor que trazeis em vós. Que estas actividades proporcionadas por vós me façam ligar-me a uma realidade presente carmelita. Que nos continueis a estender a vossa mão e a fazer com que aperfeiçoemos as nossas vivências. Formai-nos no Amor. Pois este amor conquista-nos. O Amor é uma forma sempre nova de nascer para outras faces menos visíveis da vida! O Amor lançado a terra tem que ser cultivado. Nós fomos lançados, quem nos cultivara? Que este espírito da equipa que nos orienta neste AcampaKi perdure… Obrigada a Vós!

Ecos... no silêncio e a sós no Santuário III...

GRUPO 3
Gotinhas
Santuário lugar onde o silencio reina. Onde existe um Amigo que connosco trava diálogos de Amor. Que nos alenta e acolhe com Amor. Fonte de Amor interminável. Quem será capaz de se separar desta fonte? Momentos que nos levam a pensar no Mundo que palpita à nossa volta e não podemos ficar indiferentes. Neste Santuário natural, o encontro com o Amigo dá-se na presença da natureza. Cristo habita dentro de nós. É Ele a eterna fonte. Em todos os momentos, mesmo naqueles momentos que não o vemos Ele esta para nos confortar.

Ecos... no silêncio e a sós no Santuário II...

Grupo 2
Voces carmeli
«Estando a sós com quem sabemos que nos ama», apercebo-me de quanto o amo. Amando-O, poderei dizer que vos Amo também a vós. Neste sentir, o Amor atinge uma dimensão maior. Nada se faz sem amor é neste amor que se colhe o que se planta encontro-O Neste silêncio permanecemos mais facilmente unidos a este Amor, unidos a uma «fonte que mana e corre». A água é vital para a vida? Assim é a presença de Deus na humanidade. Embora seja noite, o caminho para a fonte é sempre luminoso e este caminho espera por nós!

Ecos... no silêncio e a sós no Santuário...

Grupo 1
Só Deus Basta
O que me vai na alma é bastante indescritível, pois em cada um de nós brota uma diversificação de sentimentos em simultâneo. Tenho agora em mim uma grande sensação de felicidade e amor a Deus, admiração pela Senhora do Carmo que o meu olhar pode vislumbrar e pela história do Carmo no mundo!
A Igreja deve continuar a ser vista com olhos de ver, tal como Deus vê cada um dos seus filhos. Só assim reinará na terra o esplendor e beleza. Tudo se aprende e descobre na profundidade do olhar.
Na minha alma vai uma imensa felicidade por saber-me rodeada de amigos e sabendo que o nosso amigo está e estará presente entre nós. Foi Ele e por Ele que nos unimos aqui. A «eterna fonte escondida»… é algo que não se consegue verbalizar… é luz, é vida, é esperança, fortaleza na adversidade. Nos momentos escuros da nossa vida ele ampara o caminhar. Quem poderá saciar a sede? Aquele que só Ele basta!
No peito levo uma presença carmelita no mundo, levo o escapulário, no coração os amigos AcampaKis. È difícil transpor para o papel algo tão forte e especial. «Sinto uma paz tão grande»... Cheio de força quero continuar a caminhar no Carmo.
Agradeço a vós que me acolheram. È bom poder dizer que faço parte deste AcampaKi, é bom poder sentir que sou e quero continuar a ser Jovem Carmelita, é bom ser amigo forte de Deus Amor!

Uma imagem vale + do k valem II

Tiago Gonçalves [Aldeia de S. Teresa de Jesus - Braga]

Notas finais | Dia VIII | 5 Ago

Oitavo dia - Domingo - 5 de Agosto
Acordarmos e o dia saudou-nos radiante e quente. A piscina estava majestosa. Ainda pensei que todos lá iríamos parar. Mas não. Não houve tempo. Era preciso arrumar os sacos, esticar as cordas, dar brilho ao acampamento. E preparar a Eucaristia da tarde. Chegara a hora fatídica das despedidas e lamentações: afinal, porque trouxemos tanta roupa e tantos acessórios? Ou terão os sacos encolhido e agora não comportam tudo? A resposta não é fácil. O certo é que estando o Acampamento num brinquinho, a refeição tomada e a louça lavada, chegaram os pais. Com os pais por perto tudo fica mais sossegado: os rebeldes são afinal mansos cordeiros; os afoitos são bébés de colo; aos contestários falta-lhes carinho e beijinhos das mamás.
Mal os pais chegaram estamos prestes a iniciar uma linda procissão em direcção ao Santuário, subindo o monte pela penúltima vez. São três horas da tarde. Terminará pelas seis. São tudo exageros causados pela inexperiência do sacerdote celebrante. A missa termina no Acampamento com a bênção aos habitantes de cada Aldeia. Segue-se um refresco, e ala que se faz tarde. Aliás, amanhã muitos trabalham! Por fim, falta ainda esfolar o rabo da coisa. É sempre o mais difícil. Ficamos seis a limpar e a atar as úlimas pontas. Quando tudo foi passado a pente fino já era noite. E ainda havia que meter pés ao caminho e tragar muitos quilómetros. A última foto é exactamente aquela, onde, já noite, estamos os seis sorridentes e tristes. A coisa, o Acampáki, terminara. Infelizmente terminara. Não sei se alguns de nós os seis chorou. Mas que horas antes muitos choraram foi verdade. Alguns moveram influências e usaram estratégias para ficarmos mais sete dias. Mas não dava. Afinal, foi em sete dias que Deus criou o mundo. E em sete dias muitos ali renasceram de novo, como novas criaturas. Para já não precisam de mais tempo, mas que o tempo os ajude a levedar na família. Para o ano logo se vê.
A minha peregrinação Finalmente, só. A noite caiu e fiquei só. Bebi um copo de sumo e comi um papo seco. A lua e as estrelas reclamaram por mim: fui ver. Iluminaram-me o caminho e fui regar a relva e as fruteiras. Afinal de contas, a primeira aconchegara os nossos corpos indolentes e cansados, e as segundas preservaram as nossas tendas do calor, do frio e da crueza da chuva. Fui agradecer-lhes. Depois subi ao monte sózinho: quantas vezes por ali passara? Fui à Sala de Aulas e ao Santuário. Ali rezei, acolá aprendi. Neste rezamos juntos, naquele aprendemos juntos. Obrigado, Senhor. Quando regressava a casa dei-me conta das festas que havia em volta. Os grilos e os ralos, estou certos que ambos, davam um concerto ao desafio. Lá mais ao fundo — seria em Geraz do Lima? — o cantor Apitava o Combóio. E o povo apoiava. Ali ao lado, numa quinta de festas, outro cantor firmava que Até o Padre Ajudou. Seja. Fiquei por ali, dando voltas à piscina. Dando voltas à piscina. Mais voltas. Despedi-me do Acampáki no dia seguinte. Era Segunda-feira. A Luisa Cambão e a Fátima tinham chegado a horas como combinado. Agradecido, despedi-me delas. Era justo: não houve refeição com que não se tivessem preocupado. Não houve jovem acampáki que não dissesse que a comida fora Cinco Estrelas. Fico contente por ter podido agradecer também isso ao Senhor. Deus lhes pague a simplicidade e afeição carmelitanas com que nos trataram. Vim para casa. Pelo caminho ordenaram-me que escrevesse a crónica. Escrevi, mas como sou um cronista estrábico ela saiu enviezada. Mas o natural e o de sempre é que puxemos a brasa à sardinha. E naturalmente eu puxei-a ao Acampáki que vi(vi). Sejam-me perdoados os exageros e excessos, ou se ocultei erros e defeitos. Se estiquei em demasia ou não busquei a medida certa. É tudo por causa do querer bem e de ter sentido que assim fui querido. Não há nada que o Amor não perdoe. Deus seja sempre louvado.

Uma imagem vale + do k valem

Tiago Gonçalves

[Aldeia de S. Teresa de Jesus - Braga]

domingo, 12 de agosto de 2007

Notas finais | Dia VII | 4 Ago

Sétimo dia - Sábado - 4 de Agosto
O Acampáki está a chegar ao fim. Alguns tentam as manobras mais diversas para dilatar o tempo ou prolongar a semana. Mas o tempo não se engana. A manhã é para pequenos arrumos, para deslizar mais descansadamente na piscina. É tempo de aproveitar. Aproveitar é mesmo o termo.Já temos saudades. Será, pensa-se, que para o ano vai haver?
A tarde é ocupada numa interessantíssima Caça ao Tesouro que percorre a memória, espiritualidade, história e temática mais recente e mais antiga da Ordem. A coisa está tão bem organizada que várias vezes os grupos sobem e descem o monte à procura das respostas. Não há nada que inventar, só têm de acertar e concluir as provas mais dadas à intuição, lógica e conhecimento que ao esforço físico.A esta hora o júri ainda não divulgou os resultados, mas como se espera que o faça clique aqui a ver se já o fez. O Jogo foi tão preenchido e interessante que quase não deu para preparar o sarau da noite. Ainda assim, vivemos aí profundos momentos de união e de revelação. Oh, quanta arte e artistas se escodem no pequeno grupo de acampákis que nós éramos! Acabamos a noite às duas da manhã, mas nem a hora tardia dispensou o fecho de ouro do dia: a oração da noite. Claro que estámos quase todos a dormir, mas só durante a oração. Pois, logo que se chega ao perímetro das tendas, exactamente aquele círculo mágico que prende as línguas, ata os pensamentos e não deixa falar, ali, sim ali, exactamente ali é que nos apetece falar, rir, contar, cantar, encantar. Mas a hora é tardia, amanhã é dia de recebermos os pais e a cara tem estar boa. Ou deve apresentar-se bem, pensam os chefes. Por isso, não houve borlas. Foi tudo para as tendas. Houve quem refunfunhasse, mas desta vez os refunfunhos tiveram mesmo de ceder.

Notas finais | Dia VI | 3 Ago

Sexto dia - Sexta-feira - 3 de Agosto
O sexto dia amanheceu quente, ameaçando aquecer muito mais. O correr lento do dia foi-nos desvelando uma aragem parada, daquelas aragens paradas ao longe e ao perto, que se incendeiam por dentro e queimam por fora de nós. A formação da manhã exigia avental. Assim, sob a frescura da vinha apareceu uma longa mesa branca, e depois farinha pura e água. Chegaram também as octogenárias Dª Adília e a Dª Carmo com muitas histórias para contar. Éramos os seus netos. Quando souberam que precisávamos delas logo se prontificaram. Como era para contar histórias de encantar, nem duvidaram. Como tinham de nos ensinar a amassar pão até se riram, para logo de seguida mostrarem como os seus dedos cheios de artroses são mais bem treinados que os nossos.
Amassamos o pão, estendemos o pão, cortámos o pão e fizemos hóstias fininhas que logo foram ao forno para coser e crescer. Ao saírem do forno não eram nem o pão nem as hóstias mais belas. Mas eram as nossas. Assim se matou a manhã. Entre risos de velhas e de novos, entre dúvidas de uns («ai é para hóstias?») e de outros («como é que se faz isto que eu nunca fiz?»). Entre a vergonha de pôr avental e a destreza das moças em dançar com ele ou sem ele. Tempo para piscina quase não houve. Para o almoço sim. Às três horas estávamos no Santuário a rezar: era tempo de Confissões. Ao iniciarmos o Acampáki apenas 4 estavam disponíveis para se confessar, ao terminarr só quatro é que não se confessaram. Mas Deus é que sabe porque é que as contas se fazem assim! O P. Vasco Nuno e o P. Agostinho Castro deram uma ajuda ao Frei João. Uma ajuda é como quem diz: as confissões prolongaram-se por duas horas para confessar 20 jovens. Tanto silêncio gerou fome. E havia mesmo que comer. Porque até o profeta Elias teve de comer para se manter no silêncio da Torrente de Kerit. É que a seguir às confissões e à merenda sucedeu a hora do silêncio. Podia não ser das horas mais desejadas, mas já não é dispensada. A tarde foi descaindo do quente do dia para a frescura da noite.
Após o jantar era hora de Via Lucis. A Via Lucis foi uma longa jornada de oração, pela noite dentro. Convictamente (nós e a Vera que nos veio visitar) penetrámos pela espessura da noite, sem medo e iluminados pela cruz: a cruz de cada aldeia e a cruz do Acampáki. Enfrentámos a noite à procura da luz não tanto na certeza de a encontrar, mas na convicção de que a Luz caminharia mais que nós e ao nosso encontro. No fim só um acampáki fora ligeiramente iluminado e a esse coube a responsabilidade de nos dar luz. Sorte a dele que recebeu os abraços de todos! Depois dos abraços sucumbimos ao sono ou à conversa à porta das tendas. Hoje o Acampáki passou dos 30 elementos: estão entre nós dois jovens casais carmelitas, vieram para viver e reforçar a nossa experiência de acampamento carmelitano.

sábado, 11 de agosto de 2007

Notas finais | Dia V | 2 Ago

Quinto dia - Quinta-feira - 2 de Agosto
O dia amanhece frio, mas à medida que for crescendo irá aumentando a temperatura. Há nuvens, mas acima de nós. Não entre nós.Hoje será um dia agitado.
Pela manhã recebemos o Nuno Óscar, jovem carmelita missionário. A crónica da sua prelecção pode ser encontrada noutro lugar. O Óscar está magro, como alguém notou. Regressou de Moçambique após dois anos de doação missionária. No corpo traz seis malárias. Não é que não tenha querido esperar pela séptima, o tempo contratualizado é que findou entretanto. Está de novo entre nós, mas não parece o mesmo. A magreza incendeia-lhe a voz e a experiência do vivido vinca-lhe o discurso. Diz exactamente o que quer dizer e não disse mais porque tínhamos de... comer, e ele de ir trabalhar, para... comer.O seu testemunho foi espantoso. Pode lê-lo no tal outro lugar, mas ali não ficará a saber nada. Deveria ter estado no Acampáki para o ouvir, ouvir no silêncio — porque até os pinheiros e eucaliptos se calaram para o ouvirem!
Depois do Nuno almoçámos — ele não!, ele foi trabalhar sem almoçar... —, lavámos e arrumámos a cozinha, descansámos um pouco e subimos de novo para a Sala de Aulas para escutar a Irmã Cristina de São João da Cruz. O testemunho dela está já postado no tal outro lugar. Porém, aqui pode dizer-se o que o seu pai, ali presente, dela disse ao nascer: é um presente da alegria de Deus. É-o ao que parece na sua família, é-o por onde passa e foi-o no meio de nós. Nós vimos, testemunhamos e abraçamos nela a alegria de Deus. Seguiu-se a merenda, a famosa hora de silêncio, a piscina, o jantar. A noite tinha um letreiro: LIVRE. Livre, no caso, significou 3 horas de karaoké!

Ecos... Caça ao Tesouro II

Muitas vezes olhamos em volta e reparamos que tudo se está a desmoronar… o egoísmo que nos rodeia é cada vez maior, a inveja começa a tomar proporções assustadoras, o dinheiro domina o coração do Homem… Não estaria tudo melhor se os Homens não se tivessem esquecido do que é o amor? Não melhoraria tudo se os Homens voltassem a aprender a amar? Se esquecessem todas as futilidades e se preocupassem um pouco mais com os outros? O ritmo a que as coisas se estão a desenvolver é alarmante… é necessário que os jovens mudem a maneira de pensar… é necessário que eles incutam nos outros o significado da palavra AMOR e façam-nos perceber que ser jovem cristão é saber amar de forma livre e desinteressada ao estilo dos mestres Teresa e João da Cruz. Sendo assim vamos jovens ensinar o mundo a amar porque: «onde não há amor põe amor e colheremos amor» Obrigada!
Joana Pinto
Grupo 4 - Escapulário
[Aldeia de S. Teresa de Jesus - Braga]

Ecos... Caça ao Tesouro

O Acampaki surpreendeu-me pela positiva. Conheci pessoas AMIGAS do AMIGO de quem gosto bastante. Passou-se uma semana e nem dei por isso. È pena estar no fim mas também no começo de mais aventuras carmelitas. Gostava de regressar no próximo ano. Programai outro Acampaki. Não desanimem. Gostei mesmo muito desta experiência. São experiências como estas que nos fazem crescer por dentro. Vou ter saudade de todos… dos amigos e das amigas, dos momentos passados… Estais todos de parabéns. À equipa organizadora os meus parabéns. Muito obrigado. O meu grupo da «Caça ao tesouro» intitulava-se: Só Deus Basta» e é este Deus que basta que quero continua a encontrar na minha vida!
Pedro Sousa
[Aldeia de S. João da Cruz - Caíde]

Notas finais | Dia IV | 1 Ago

Quarto dia - Quarta-feira - 1 de Agosto
O dia amanheceu fresco, com sol envergonhado, nuvens e vento. O programa, porém, mantém-se. A manhã é ocupada em carminhar até monte acima, até à Capela da Senhora do Crasto. Mais uma vez o cronista fica em casa, feito guarda-florestal, pelo que não se inteirou de tudo. Mas sabe que a carminhada começou com um longo silêncio e, e se concluiu em silêncio no adro verde da capela que está virado para a foz do Rio Lima. Por essa razão, e para que o ponto de ruptura não se atinja, logo à tarde não haverá hora de silêncio.Retemperadas as forças, o regresso a casa faz-se descendo a outra ladeira, bastante mais suave, mas mais longa. O caminho faz-se ordenadamente, em dupla fila indiana. Reza-se o Rosário e canta-se. Nos quintais trabalham os velhos, apenas velhos e crianças. Surpreendidos, primeiro, e irmanados depois, páram o trabalho, descobrem as cabeças e unem-se à nossa oração. A hora da piscina foi uma deliciosa e larga hora. O tempo não é dos mais quentes, mas ainda assim resiste-se porque a semana vai já a meio. É preciso aproveitar.Depois do jantar está previsto que os pais possam visitar o Acampamento. Por isso houve tempo para o arrumar. Porém, só o irmão do Diogo, o Nuno, antigo Carmo Jovem, é que se aproximou. Vive em Viana, os restantes familiares são de longe ou muito longe. Por isso não vieram.O Acampamento corre bem. Oxalá continue a correr como até agora. A presença dos pais é para aferir isso mesmo. Mas como os telemóveis encurtam distâncias e serenam saudades, é compreensível que as visitas tenham sido nulas.

Torneio de Futebol

Eis as equipas, resultado dos jogos disputados e classificação final do Torneio Acampaki disputado na tarde de 31 de Julho no "Estádio Acampaki". Constituição das equipas: Equipa I: Pedro, Zé, Teresa, Carlos e Luís Equipa II: David, Diogo, Diana, Joana e Miguel Equipa III: Ricardo, Gil, Jorge, Betinha e Tiago

Jogos disputados e respectivos resultados: 1.º jogo: Equipa I 2 - Equipa II 2 (1-0 após penalties) 2.º jogo: Equipa I 1 - Equipa III 1 (1-0 após penalties) 3º jogo: Equipa II 1 - Equipa III 5

Classificação final 1.º lugar: Equipa I 6 pts 2.º lugar: Equipa III 3 pts 3.º lugar: Equipa II 0 pts

Notas finais | Dia III | 31 Jul

Terceiro dia - Terça-feira - 31 de Julho Alvorada à mesma hora: 08:30h! Segue-se o Pequeno Almoço. O restante da manhã é ocupado em formação. Recebemos o Dr. Manoel Batista, Coordenador do GAF, do Carmo de Viana do Castelo. A crónica da sua intervenção e diálogo deve ser lida noutro lugar deste blog.
Quando acabam as perguntas já quase temos de ir para a mesa, mas os mais afoitos ou sequiosos refrescar-se-ão na piscina. A parte da tarde é ocupada com um torneio de futebol como manda a incorruptível Lei da Sapatilha. Os artistas da bola são repartidos em três equipas mistas. O ritual dos grandes jogos mantém-se: os jogadores jogam, as claques apoiam. Os árbitros tentam arbitrar.
Nenhum jogo começa sem que as equipas, perfiladas, cantem o Hino de Portugal com a mão no coração. Sim, é verdade. Fique a saber-se que entre nós não havia castelhanos: todos cantamos A Portuguesa. O resultado é o que menos interessa. O Master do Blog foi convidado a publicar os resultados, mas ainda não o fez. E o cronista como não viu tudo, não pode relatar tudo. Mas há-de publicar-se noutro lugar e a posterior desforra em matraquilhos.
A tarde continua com a merenda, piscina, hora de silêncio, jantar e passeio nocturno. Passeio nocturno? Nocturno? Sim. A ideia é a de que estas aves não são de capoeira nem de gaiola. Por isso, como poderíamos ousar mantê-las presas? É preciso que desopilem um pouco para que a tentação de pular a cerca não os assalte. E é assim que, depois dos mais rápidos arrumos pós-refeição que no Acampáki se fizeram, os vejo sair para uma serena incursão nocturna até ao café. Serena incursão?, é o que veremos. No acampamento fico eu, por questões de segurança. É que na panóplia dos amigos há uns de que ninguém gosta: os do alheio. Quase de imediato, ainda não tinham passado 45 minutos, começa a choviscar. Não é bem chuva, é uma morrinha. A primeira coisa que me lembro de arrumar é o Posto de Rádio, e os computadores portáteis, e os CD’s e as pen’s e os mp3. A seguir lembro-me dos estendais da roupa mas não chego a tocar-lhe, porque, esbaforidos, os acampákis mais ligeiros e depois os mais gordos, regressam em sobressalto. Será que para o ano deve haver a Rádio Acampáki? Quando tudo está em segurança é hora da Oração da Noite. Não há como resistir-lhe, nem nada mais para fazer. Rezamos na Sala de Jantar. Chove no Santuário. Choverá toda a noite. Mas a água entra apenas na tenda do Redento da Cruz. Mas como ele dorme sobre o colchão-caravela como haveria de se assustar. Não se assusta. E os outros menos ainda: afinal, acampamento sem chuva não tem piada nenhuma. Foi a noite mais sossegada. Como chove não há forma de manter a parleta à volta da piscina ou deitados na relva a contar estrelas...

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Notas finais | Dia II | 30 Jul

Segundo dia - Segunda-feira - 30 de Julho Como não foi fácil adormecer também não foi fácil despertar. Que nos acontecia? Que nos inebriava? Tudo. Tudo! Os grilos e os ralos a cantar, os cães a ladrar, as estrelas a brilhar, as nuvens a bailar, o céu — o imenso céu —, por cima das nossas tendas, os amigos a falar ou a ressonar na tenda ao lado, as histórias que faltava contar, recontar ou conferir, o vento quente, o cheiro a terra, o cheiro a ar puro, o cheiro a frutos frescos nas árvores, o cheiro a campo, a monte e a natureza, a lua. Tudo: os cheiros, as sombras, as luzes tépidas, os amigos, os ruídos, o descanso. Como poderíamos dormir? Pequeno-almoçamos à hora certa. E à hora certa ouvimos o Frei João apresentar-nos o Acampáki. Claro que ‘hora certa’ é como quem diz... Num acampamento anda-se sempre em hora certa! Na apresentação do Acampáki surgem mais surpresas: o texto de saudação que o Responsável pela Pastoral Juvenil da Ordem escrevera para o Guião fala de amigos e de amizade. Contamos as vezes em que se fala de amigos e, surpreendentemente, o número corresponde aos amigos que ali éramos: 25! O dito Responsável afirma que não fora propositado. Segunda surpresa: a pedido do Frei João alguém lê as Regras do Acampáki e depois — talvez porque ele não queira o cognome de Frei João das Regras — chama para junto de si dois ou três reguilas e, juntos, consentidamente, rasgam as Regras. A bola passa para os acampákis, que, à noite, devem apresentar as novas Regras. Segue-se a piscina. O almoço. A preparação do sarau nocturno, que inclui a apresentação do Patrono de cada aldeia: S. João da Cruz, S. Teresa de Jesus e B. Redento da Cruz. A meio da tarde o Acampáki pára. É a Hora de Silêncio. Inicialmente estranha-se, depois entranha-se. Oferece-se a cada acampáki uma pequena biografia de São João de Cruz, e... silêncio. O silêncio, como o restante horário, não foi negociado, mas ainda assim a hora passa rápido. Ao silêncio sucedem-se os mergulhos na piscina e a estes o jantar e ao jantar o sarau. O primeiro. No sarau cada grupo safa-se como pode. Mas todos apanhamos uma barrigada de riso (e mais nos riríamos se fosse ao fundo) quando a Aldeia do B. Redento da Cruz põe o seu Patrono a enfrentar os mares (digo, a piscina) numa frágil caravela, isto é, num mísero colchão de ar. Envoltos em noite escura, rimo-nos do autor da tolice e cada um espera ansiosamente que ele vá à água. Não irá. O que é certo é que nenhum acampáki jamais esquecerá a epopeia do valente Capitão Tomás Rodrigues da Cunha, futuro Frei Redento da Cruz, a quem o Prior do Carmo de Goa recusará o hábito da primeira vez que lho pede, e que, por fim, acabará sendo o primeiro mártir Carmelita Descalço. O dia termina no Santuário, com a oração da noite. Os neo-legisladores não pensaram na coisa e o único que pensou mais que regras, gisou um interessante trocadilho. Seja. Segue-se a cama. Segue-se? As estrelas e as tendas são testemunhas que não.

Notas finais | Dia I | 29 Jul

Tudo tem um começo. O Acampáki também. Dizer que o Acampáki começou a ser desejado quando os nossos pais viviam no Jardim deve ser um exagero. Sugerir que ele nasceu quando eles começaram a descer das árvores também o deve ser. O certo é que havia em nós uma ânsia enorme de pó, relva e calor, de ar, água e terra, de sombra, árvores e silêncio, de berraria semi-selvagem, flores e humús, de tempo sem tempo e sem espartilho de horários. Assim pensamos, assim procuramos fazer. Mas só até meio. Acampáki é um convite. O convite quer dizer: Jesus, acampa aqui connosco! Ou quer (queria) dizer: jovem carmelita, acampa aqui com Jesus! Acampemos todos! Nós e Jesus, Jesus e nós. Todas as tendas juntas. O aqui era em Deão, Viana do Castelo, na Quinta do Menino Jesus de Praga. Era para ali o convite. (Mas pode ser para qualquer outro lugar) Durante uma semana foi ali que Ele montou a sua tenda no meio de nós. Durante sete dias houve Acampáki. Nós e Ele. Ele e nós. Todos. Juntos. Sete dias levou Deus a criar o mundo. Em sete dias ele renovou muitos de nós, alguns inesperadamente! Outros espantosamente! Enfim, sempre Ele esteve connosco. Os que lhe abriram o coração (ou o tinham escancarado sem o advertir) foram inundados por Ele. Pela sua luz. Pela sua força. Perturbadoras. Extasiantes. Inesperadas. Finalmente, o Acampáki culminava as actividades anuais da Pastoral Juvenil da Ordem. Tinha à cabeça o Frei João Costa, bem secundado pela Verónica e pelo Ricardo. Durante a Semana fomos 25 jovens e ao fim de semana 31! Dividimo-nos em quatro aldeias: Aldeia de São João da Cruz, onde se albergaram os jovens rapazes da Paróquia de S. Pedro de Caíde de Rei; Aldeia de Santa Teresa de Jesus, onde se concentraram os jovens do Grupo Apocalipse do Carmo de Braga; Aldeia do Bem-aventurado Redento da Cruz que acolheu os jovens de Aveiro, Avessadas, Guarda, Leça da Palmeira e Viana do Castelo; Aldeia dos Veneráveis Célia e Luiz Martin, que acolheu os jovens casais de Caíde de Rei e Ílhavo. Feitas as apresentações e introduções, abertos os sacos, esticadas e levantadas as tendas (algumas montam-se em 6 segundos!), começou o que já tinha começado há muito. Não se pode aqui cronicar um acontecimento destes. A melhor maneira de ler esta crónica é ir lá (vi)ver. Mas como tudo já passou e merece ser contado, de ora em diante, a crónica falará apenas daquilo que só os acampákis percebem porque sabem o que viveram. Sem mais. Nem menos. Estávamos, pois, no Acampáki. Éramos acampákis. Primeiro dia - Domingo - 29 de Julho O primeiro dia foi, como já se percebeu, de aproximação ao local onde plantaríamos as tendas. Plantadas antes que a noite caísse e nos surpreendesse, houve tempo para nos começarmos a conhecer (havia gente que nunca tinha sido avistada entre nós) e para saciarmos a pele do corpo nesse imenso copo de água que é a piscina da Quinta do Menino Jesus de Deão. A noite começou partilhando o jantar com o que trouxeramos de casa, e finalizou com a primeira incursão no Santuário do Acampáki para rezarmos a oração das boas-vindas. Se fosse no futebol diríamos que as esquipas se estavam a conhecer. Ainda não era (embora já sendo) Acampáki. Chegou depois a hora de adormecer. Mas não foi fácil. Não seria fácil em nenhum dos dias.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Ser Acampáki

Se souberes amar pacientemente quem te odeia com judaico rancor, e responderes sempre com amor às injúrias do mais irreverente; Se, na luta que te der a maior glória, te portares como nobre cavaleiro, e, no fim, acorreres, prazenteiro, a oferecer a Deus essa vitória; Se souberes rezar com piedade ao Deus que te criou viril e forte, e cumprires o dever até à morte porque essa é a voz da Divindade; se aos AMIGOS deres o paraíso duma leal e sã camaradagem, e souberes destruir da dor a aragem com a ternura meiga dum sorriso; Se souberes ajudar o mendicante e, braço dado à dor e à humildade, mendigares o pão da caridade para o cansado e velho caminhante; Se te apressares a guiar, primeiro, o pobre cego que vagueia errante, e, só depois, seguires caminho adiante, então, AMIGO, serás, de facto um Acampáki! Tiago Gonçalves
[Aldeia de Santa Teresa de Jesus –Braga]
sobre um poema de Silva Araújo.

Espírito Acampaki

Eis o grupo de jovens jovens sul-coreanos, que o Frei João falava na sua Homília da Eucaristia de encerramento no domingo passado. Também concordo que o Acampáki não pode terminar: que se pode prolongar. Que deve 'esticar-se' até ao próximo. Todos prometemos rezar por este grupo de jovens cristãos. Cada um de nós prometeu 'adoptar' espiritualmente um deles. Olha-os bem. Vês os seus restos, mas não sabes os seus nomes. Qual 'adoptarás'? Por qual rezarás especialmente? O Acampáki deve continuar. Nâo deixes morrer o espírito acampáki do Carmo Jovem.

Ser missionário

Formador: Nuno Óscar Vilela Secretario: Ana Isabel Gonçalves (Aldeia de S. Teresa de Jesus – Braga) Na Quinta-feira, dia 2, pela frescura da manhã subimos ao monte para aprender. Momentos antes recebêramos o Nuno Óscar, conhecido já de alguns nós. O Nuno é carmelita e jovem. Pertence à comunidade do Carmo de Aveiro, onde cresceu e vive a sua fé. Hoje prefere chamar-se jovem leigo missionário carmelita. É jornalista de formação mas não exerce. Durante os últimos dois anos foi missionário em Pemba, Moçambique. A sua vocação missionária assaltou-o quando o Movimento do Carmo Jovem participou nas Jornadas Mundiais da Juventude de 1997, em Paris. Findas as JMJ o Carmo Jovem peregrinou ao túmulo de S. Teresinha e, pimba, o Óscar foi apanhado. O desejo de ser missionário surgiu aí, junto da Santa Missionária. Foi tão forte que ele sentiu que o seu dever era levar a palavra de Jesus Cristo às pessoas e ajudar na construção de um mundo melhor. Segundo as suas palavras, 90% da população moçambicana é muçulmana. Ora isso constitui um duplo desafio para quem parte para junto desse povo tão rico em tradições e humanidade. Quem vai para evangelizar tem ali um campo imenso para colher, tal como ele nos assegurou: “…fui como pessoa católica e nunca me podia esquecer disso”. O Nuno partiu juntamente com duas colegas para tal como afirma, “…estar ao lado dos que mais precisam”. E esteve. A sua experiência de missionário foi-nos demonstrada em palavras calorosas e convictas, em fotos e em dois pequenos filmes da RTP2, que pudemos ver e que ilustram o esforço da promoção da higiene, da saúde, do ensino e da agricultura, num país que em termos económicos e culturais é ainda muito pobre. É um dos mais pobres do mundo! Vimos também como aquela comunidade de missionários se esforça pela valorização do conceito de “mulher”, uma vez que esta é ainda muito desprezada. Ao vermos o filme, caladamente, silenciosamente, quem não se comoveu com aquelas jovens mulheres cantando: “Sou amanhã, sou esperança e lhe quero bem”? A seis horas de viagem de Pemba, em Malema, encontram-se umas missionárias da Boa Nova. A sua acção missionária consiste principalmente em incrementar novas práticas agrícolas que possibilitem tirar mais frutos com o mesmo (ou menos) trabalho, pois aquela terra é imensamente generosa. Simultaneamente promovem centros de saúde, tão escassos, tão necessários e tão cheios de quase nada. E como o Óscar afirmava “…o melhor que Moçambique tem é a terra, dá tudo”. Mas não chega ter, é necessário persistir, insistir e não desistir de incutir novas práticas agrícolas. E novas harmonias nas relações com a natureza, os humanos e as religiões. Vimos ainda o trabalho do Nuno Óscar. Era professor de Inglês e Informática. À sua frente tinha cerca de 700 alunos! Aquela área do saber não correspondia à sua formação académica, mas a fome de aprender é muita e os meios raros. Tinha ainda um importante papel no trabalho pastoral: dava catequese e visitava algumas comunidades no mato, algo afastadas do núcleo. Foi nessas incursões que descobriu a Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no Miéze, Cabo do Sul. Ali sentiu-se ainda mais missionário carmelita, porque “… um Carmelita é-o em qualquer parte do mundo”. Foi então que se lembrou de pedir à sua Comunidade do Carmo de Aveiro uma imagem da nossa Padroeira. A Comunidade acedeu e os leigos missionários enviaram-lhe uma imagem que ele ofereceu em festa e júbilo à Paróquia do Miéze no dia 16 de Julho! Tínhamos de concluir, sob pena de não almoçarmos. Mas ainda pudemos ouvir o jovem missionário dizer-nos: “…depois do que vi, não tenho dúvida que devemos começar a nossa missão na nossa própria casa”, procurando estar atentos às necessidades das pessoas que nos rodeiam. Salama!, Nuno Óscar. Que o Espírito esteja contigo. Salama! Volta sempre!

A meu ver

Foi bela aquela semana, foram belos todos os momentos. Apesar de ter terminado lá continuam os nossos pensamentos. Os momentos passados na piscina eram os que todos adoravam. Mas quando era para trabalhar todos estavam dispostos a ajudar. A Verónica com aqueles risos e o Ricardo sempre a mandar. O que mais valia em tudo isto era o Frei João sempre a brincar. Com muita alegria e diversão cada dia era vivido. Ele acampou entre nós E cada um tê-l’O-á sentido. Continuaremos a carminhar todos juntos para O servir. Ele está no nosso coração E nos O continuaremos a seguir. Luís Peixoto
[Aldeia de S. João da Cruz – Caíde]

A família e a missão social

Formador: Dr. Manoel Batista Secretário: Teresa Ribeiro Soares (Aldeia de S. Teresa de Jesus – Braga) Foi com muito agrado que no dia 31 de Julho, Terça-feira, demos início às conferências programadas para o nosso Acampáki. A sala de formação era um recanto do bosque, sob a copa de pinheiros e eucaliptos. Ambos esguios e bem altos. Cá em baixo era fresco. Umas mantas estendidas pelo chão serviam de carteiras. Era ali que nós, alunos, esparramávamos as pernas, acomodando-nos o melhor possível para o melhor possível escutarmos e participarmos. A primeira formação teve como orador o Dr. Manoel Batista (coordenador do Gabinete de Atendimento à Família - GAF). O GAF é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, criada a 24 de Maio de 1994, pela Ordem dos Padres Carmelitas do Convento do Carmo de Viana do Castelo. Esta Instituição surgiu com o objectivo de promover a família nas suas diferentes dimensões e proporcionar uma resposta global e integrada às problemáticas que mais se evidenciavam e se evidenciam na actualidade: rupturas familiares e problemáticas relacionadas com a exclusão social. Assim, o tema “A família e a missão social” foi a proposta para esta conferência. O Dr. Manoel Batista iniciou a sua intervenção alertando os jovens acampaki’s para a consciência de que somos chamados por Deus para uma missão. Um Deus que transmite tranquilidade e segurança, sendo uma espécie de “almofada gigantesca” que minimiza as fragilidades da vida. A missão que Deus nos propõe é a de sermos responsáveis pelo outro e como tal deveremos ter um papel fundamental no trabalho social. Esta missão é de escolhas, pois temos a capacidade de escolher, de optar e ser exigentes e coerentes com as escolhas que fazemos. O desafio do trabalho social é emergente. Cada vez mais temos homens e mulheres sem condições mínimas para viver, onde as desigualdades sociais se agudizam. Segundo um célebre provérbio chinês: “Não dês o peixe mas ensina-o a pescar”. Esta atitude é sem dúvida o que deverá caracterizar o trabalho com estas famílias, onde se pretende ensinar competências e estratégias que lhes permitam “pescar sozinhas”. E se alguém julgou que tal pedagogia já não seria necessária enganou-se, pois o Dr. Batista deu exemplos vários de que assim é. E, nós, jovens Carmelitas, que devemos fazer?, perguntamos. E ele respondeu: estar atentos a esta realidade e a encará-la como um problema de todos. De todos mesmo, até dos mais jovens. De vós, pois claro. Depois referiu ainda a importância da Igreja nesta acção. Ela tem um papel de grande valor e muitas vezes esquecido: o papel profético, de denúncia e de impelir para a acção e o compromisso. Também se falou das soluções remediativas, infelizmente são as mais utilizadas. Tentam reduzir os problemas já existentes. No entanto, uma política preventiva necessita de ser cada vez mais o objectivo da acção social, prevenindo situações de disfunção familiar. Esta deverá ser a aposta de toda a sociedade. Também dos jovens. Obrigado, pois, à organização do Acampáki por nos ter trazido o Dr. Manoel Batista que fez soar o alerta da voz de Deus (e dos pobres) aos nossos ouvidos.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Por que sou feliz?

Formadora: Irmã Cristina João de São João da Cruz Secretário: Francisco Martins (Aldeia de São João da Cruz - Caíde) Na tarde de Quinta-feira, 2 de Agosto — quinto dia do Acampáki — conhecemos a Irmã Cristina João de São João da Cruz, uma religiosa Carmelita Missionária muito simpática de 43 anos, e educadora de infância a trabalhar há dois anos numa creche, em Faro. Veio falar-nos sobre o tema "Por que sou feliz". Tema difícil, mas aceitou falar-nos dele. Tema difícil para quem sempre foi muito tímida e desconfiada das suas capacidades. Não agora, é certo, depois que conhece melhor a Jesus. Veio acompanhada pelos seus pais e começou por recolher opiniões acerca do que é a felicidade. Logo um acampáki mencionou o facto de não existir felicidade, mas sim momentos felizes. Deu-se assim início à conferência, começando a Irmã Cristina por nos explicar que não é a fazer o que nos apetece (aproveitar os momentos felizes), não é a viver sem problemas, nem a ter tudo o que é acessório, que somos felizes. A felicidade nunca dependeu, nem nunca irá depender disso. Depois afirmou que ser feliz é uma opção. Explicou-nos também que Deus quer que sejamos felizes e por isso está sempre presente quando precisamos d’Ele. Também nos disse que, como todos temos gostos diferentes, eles são um factor que condiciona o conceito de felicidade de cada um. O que nenhum de nós irá esquecer é a canção que a Irmã Cristina nos ensinou: "Jesus Cristo está passando por aqui..."! Oh! Quantas vezes a cantamos alegremente nos serões e refeições do Acampáki? Depois da canção a Irmã Cristina foi mais íntima e, baixinho, falou-nos de si própria. Disse-nos que era feliz. Sim, feliz! É feliz por estar viva! É feliz por se sentir amada por Deus! É feliz por sentir que Deus a ampara nos momentos mais complicados! É feliz por ter a Eucaristia! É feliz por se sentir convida por Deus a "repartir o pão com os seus irmãos"! Nesse momento interveio o sr. Manuel Augusto, seu pai, que nos relatou um pouco da infância da sua filha, explicando que desde cedo ele e a sua esposa, Dª Isaura, tiveram o cuidado e de a "cultivar na alegria", uma vez que, quando ela nasceu, tiveram a impressão que Deus tinha passado pela sua casa dando-lhes aquela menina tão sorridente! Visto que o pai tinha falado da infância, a filha falou-nos da sua juventude vivida na Igreja do Carmo de Aveiro e de como se decidira ir para freira. Segundo o que nos contou, costumava interrogar-se acerca da sua vida futura e do que iria fazer. Contou-nos que tentara a todo o custo ignorar o chamamento de Deus, mas que saíra derrotada... Deus fora mais forte e vencera-a! E começou uma longa caminhada com Jesus. Um longo e feliz enamoramento que ainda continua! Houve duas etapas que muito a marcaram: quando emitiu os seus Votos Temporários, no dia 15 de Agosto de 1991, ano em que se celebrava o IV Centenário da morte de São João da Cruz. E quando, seis anos mais tarde, no dia 6 de Setembro de 1997, no I Centenário da morte de Santa Teresinha do Menino Jesus, se consagrou perpetuamente ao Senhor. Abriu-se por fim o diálogo e alguém reparou que aquela freirinha usava aliança. Porque usa aliança, perguntou-lhe? Porque sou de Jesus! Porque sou feliz sendo d’Ele! Porque sou feliz ficando ao seu lado e caminhando com Ele! Foi o remate perfeito. Estava tudo dito. Muito obrigado, Irmã Cristina por ter trazido até aos acampáki's as razões da sua felicidade!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Olá! Se quiseres podes ver o album de fotos do Acampaki neste link, http://picasaweb.google.com/carmojovem/FotosDoAcampaki. Em cada das fotos é possível deixares um comentário. Gostavamos que deixassem comentários... Em breve disponilizaremos mais elementos... Saudações carmelitas, MCJ

ecos...

do lugar da alegria [aos amigos no dia seguinte] há um tempo eterno entre o silêncio do bosque e da água onde quero habitar. hoje só a brisa e a voz secreta e sagrada dos amigos me fazem regressar. há um tempo eterno onde guardo o coração. Jorge Teixeira [S. João da Cruz - Caíde]

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Fotos