quinta-feira, 9 de agosto de 2007

A família e a missão social

Formador: Dr. Manoel Batista Secretário: Teresa Ribeiro Soares (Aldeia de S. Teresa de Jesus – Braga) Foi com muito agrado que no dia 31 de Julho, Terça-feira, demos início às conferências programadas para o nosso Acampáki. A sala de formação era um recanto do bosque, sob a copa de pinheiros e eucaliptos. Ambos esguios e bem altos. Cá em baixo era fresco. Umas mantas estendidas pelo chão serviam de carteiras. Era ali que nós, alunos, esparramávamos as pernas, acomodando-nos o melhor possível para o melhor possível escutarmos e participarmos. A primeira formação teve como orador o Dr. Manoel Batista (coordenador do Gabinete de Atendimento à Família - GAF). O GAF é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, criada a 24 de Maio de 1994, pela Ordem dos Padres Carmelitas do Convento do Carmo de Viana do Castelo. Esta Instituição surgiu com o objectivo de promover a família nas suas diferentes dimensões e proporcionar uma resposta global e integrada às problemáticas que mais se evidenciavam e se evidenciam na actualidade: rupturas familiares e problemáticas relacionadas com a exclusão social. Assim, o tema “A família e a missão social” foi a proposta para esta conferência. O Dr. Manoel Batista iniciou a sua intervenção alertando os jovens acampaki’s para a consciência de que somos chamados por Deus para uma missão. Um Deus que transmite tranquilidade e segurança, sendo uma espécie de “almofada gigantesca” que minimiza as fragilidades da vida. A missão que Deus nos propõe é a de sermos responsáveis pelo outro e como tal deveremos ter um papel fundamental no trabalho social. Esta missão é de escolhas, pois temos a capacidade de escolher, de optar e ser exigentes e coerentes com as escolhas que fazemos. O desafio do trabalho social é emergente. Cada vez mais temos homens e mulheres sem condições mínimas para viver, onde as desigualdades sociais se agudizam. Segundo um célebre provérbio chinês: “Não dês o peixe mas ensina-o a pescar”. Esta atitude é sem dúvida o que deverá caracterizar o trabalho com estas famílias, onde se pretende ensinar competências e estratégias que lhes permitam “pescar sozinhas”. E se alguém julgou que tal pedagogia já não seria necessária enganou-se, pois o Dr. Batista deu exemplos vários de que assim é. E, nós, jovens Carmelitas, que devemos fazer?, perguntamos. E ele respondeu: estar atentos a esta realidade e a encará-la como um problema de todos. De todos mesmo, até dos mais jovens. De vós, pois claro. Depois referiu ainda a importância da Igreja nesta acção. Ela tem um papel de grande valor e muitas vezes esquecido: o papel profético, de denúncia e de impelir para a acção e o compromisso. Também se falou das soluções remediativas, infelizmente são as mais utilizadas. Tentam reduzir os problemas já existentes. No entanto, uma política preventiva necessita de ser cada vez mais o objectivo da acção social, prevenindo situações de disfunção familiar. Esta deverá ser a aposta de toda a sociedade. Também dos jovens. Obrigado, pois, à organização do Acampáki por nos ter trazido o Dr. Manoel Batista que fez soar o alerta da voz de Deus (e dos pobres) aos nossos ouvidos.